Friedrich Froebel, nasceu aos 21 de abril de 1782, na região sudeste da Alemanha. Sua mãe faleceu antes do seu primeiro aniversário e seu pai era um pastor muito ocupado. Assim, durante sua infância, Froebel praticamente viveu por conta própria e desenvolveu uma atitude autodidata. Apesar de muito ocupado, foi o pai quem ensinou Froebel a ler, escrever e calcular. Sendo pastor, também exerceu sobre Froebel uma influência religiosa, o que refletiu na grande importância da religiosidade na concepção educacional de Froebel.
Aos 14 anos, Froebel começou a se dedicar às ciências naturais, observando a natureza e montando coleções de pedras e mariposas.
Em outubro de 1799, Froebel matriculou-se em Filosofia, na Universidade de Jena.Além disso, dedicou-se ao estudo de Ciências Naturais e mineralogia.
No período de 1803 a 1805, Froebel realiza vários trabalhos como agrimensor e arquiteto. Torna-se professor, divulgando a auto-educação e o auto-aperfeiçoamento, que fizeram parte de sua vida e que seria mais tarde parte de suas propostas educacionais.
Em 1807, Froebel tornou-se preceptor dos filhos da Baronesa Caroline Von Holzhausen. A Baronesa apresentou para Froebel as idéias de Pestalozzi. Em 1808, Froebel vai ao encontro de Pestalozzi, mas volta para sua cidade, em 1810, após grandes atritos. Após separar-se de Pestalozzi, Froebel decidiu que deveria buscar as bases científicas da educação do homem no estudo da gênese da linguagem e foi para a Universidade de Göttingen no verão de 1811.
Em 1811, um fenômeno da natureza impressiona Froebel, a passagem de um cometa pela Terra. Isso o leva a criar sua “lei esférica”, a qual passou a ser o seu selo oficial. Esta lei representava, na forma esférica, o limitado e o absoluto, a diversidade e a unidade. A forma esférica era a totalidade e a perfeição, devendo ser o princípio fundamental da educação do homem.
Em 1816, Froebel torna-se proprietário e fundador de um Instituto de Educação, inicialmente em Griesheim e depois em Keilhau. O educador coloca em prática suas formulações sobre educação, trabalhando neste Instituto durante 13 anos. Nos primeiros 7 anos, Froebel dedicou-se ao seu livro “A educação do homem” que foi publicado em 1826.
Em 1837, é fundado o Instituto de Educação Intuitiva para a auto-educação, no qual Froebel pretendia criar um local que fornecesse materiais para a criança expressar de maneira intuitiva seu interior. Para a realização do autoconhecimento com liberdade, Froebel elege o jogo como seu grande instrumento que, juntamente com os brinquedos, mediaria o autoconhecimento através do exercício de exteriorização e interiorização da essência divina de cada criança.
Todas as idéias sobre os jogos e brincadeiras foram publicadas no jornal “A hora dominical”, no período de 1838 a 1840.
Em junho de 1840, Froebel fundou o Primeiro Jardim de Infância (Kindergarten), constituindo um centro de jogos, organizado segundo seus princípios e destinado a crianças menores de 6 anos.
Em 1844, Froebel publicou “O livro de músicas da mãe”, destinado ao trabalho dentro do Jardim de Infância.
Entre 1843 e 1844, vários Jardins de Infância surgiram pela Alemanha passando de quarenta instituições. Em 1851, foram proibidos todos os Jardins de Infância na Alemanha e Froebel foi acusado de ateísmo e de ser socialista. Este fato deveu-se, em parte, a uma confusão com seu sobrinho comunista. Em 1852, Froebel faleceu, sem que seus Jardins de Infância voltassem a funcionar.
Obras em Língua Portuguesa
- A educação do homem. Tradução do espanhol de Maria Helena C. Bastos. Passo Fundo/RS: Universidade de Passo Fundo, 2001. Obras em Língua Estrangeira
- The education of man. Translated from german and annotated by W. N. Hailmann, A. M. New York: D. Appleton and Company, 1887. -The mottoes and commentaries of Friedrich Froebel's mother play. Tradução do alemão de Henriqueta R. Eliot e Susan Blow. New York, London: D. Appleton and Company, 1895.
-Pedagogics of the kindergarten. Tradução do alemão de Josephine Jarvis. New York, London: D. Appleton and Company, 1917.
Ø
Princípios fundamentais de Froebel à auto realização (auto atividade)
“A compreensão das coisas da vida, na prática, é mais frutífera e formativa que a simples compreensão teórica; semelhantemente o trabalho sobre a matéria unida aos pensamentos e às palavras, é mais importante para o desenvolvimento do homem do que a manifestação por conceitos e palavras sem o trabalho. Assim, o trabalho manual liga-se necessariamente à consideração do mundo exterior e aos exercícios da linguagem”.
Realização plena das potencialidades do eu interior, por meio do empenho em se trabalhar um ser livre, independente e disciplinado, apoiado na verdadeira ilustração e religiosidade, chegando ao seu destino supremo.
ØSegundo Froebel o ambiente pré-escolar deve estar preparado para oferecer as melhores condições que propiciem o desenvolvimento máximo das crianças e sua integração social.
ØA natureza, o campo, devem fazer parte do espaço, pois estimulam os interesses infantis e proporcionam a vontade de realização de novos trabalhos.
O desenho e as atividades que envolvem o movimento e os ritmos eram muito importantes. Para a criança se conhecer, o primeiro passo seria chamar a atenção para os membros de seu próprio corpo, para depois chegar aos movimentos das partes do corpo. Valorizava também a utilização de histórias, mitos, lendas, contos de fadas e fábulas.
üOs jogos, ou são imitações da vida e de seus fenômenos, ou são emprego do ensinado, da escola, ou são livres imagens e manifestações do espírito, de toda a espécie e em matéria de toda a classe, segundo as leis contidas nos objetos e matérias do jogo, investigando aquelas, seguindo-as e submetendo-se às mesmas, segundo às contidas no homem mesmo, em seu pensamento e sentimento. Esses jogos supõem a vida interna, vitalidade e vida real, exterior; onde uma falta ou faltou anteriormente, faltam também os jogos que levam vida, que desperta e elevam a vida.
ØComo a criança realiza suas atividades enquanto pessoa dentro de um contexto social;
RELACVON ALUMNO MAESTRO
Aluno = planta
Professor = mãe = jardineiro
É necessário acompanhar o desenvolvimento da criança, se fazer presente, cuidar e proporcionar as melhores condições de crescimento; através de afeto, amizade e uma relação construtiva, humana e justa.
Materiales Pedagogicos
Froebel idealizou recursos sistematizados para as crianças se expressarem : blocos de construção que eram utilizados pelas crianças em suas atividades criadoras, papel, papelão, argila e serragem.
Froebel assim chamou os brinquedos (aqueles que não feriam o desenvolvimento natural da criança), ou materiais educativos, porque eles seriam uma espécie de "presentes" dados às crianças, ferramentas para ajudá-las a descobrir os seus próprios dons, isto é, descobrir os presentes que Deus teria dado a cada uma delas.
Os chamados "dons" eram a bola, o cubo e o cilindro. Os blocos eram utilizados em uma medida bem restrita, enquanto as demais atividades eram mais livres. Todos os jogos de Froebel que envolvem os "dons" sempre começavam com as pessoas formando círculos, dançando, movendo-se e cantando. Dessa forma elas atingiriam a perfeita unidade.
Para Froebel a educação: “deve conduzir o homem a uma clara visão de si mesmo, na natureza, da sua união com Deus. Deve elevar-lhe o conhecimento de si mesmo, o conhecimento de Deus e da natureza e, mediante esse conhecimento, conduzi-lo a uma vida pura e Santa. Porém, para chegar a tudo isso a educação deve fundar-se e repousar sobre o interior e o mais íntimo da personalidade”. A respeito da relação interior X exterior, Froebel afirma: “Todo o interior passa a ser conhecido por meio do exterior: a essência, o espírito, o divino do homem e das coisas se conhecem por suas manifestações externas. Por isso, as manifestações externas do homem e das coisas constituem, para ele, o ponto de apoio de toda educação, de todo o ensino, de toda a doutrina, de toda vida que seja testemunho de liberdade – partindo do exterior, chega-se ao interior e sobre ele se atuam. Todavia, a educação não se contenta em deduzir do exterior o interior, mas busca a essência das coisas, encontrando-a na dupla relação do externo com o interno e do interno com o externo.
